Se está na fase de vida em que faz sentido comprar a sua primeira casa, é normal que surjam imensas questões, sendo uma delas o valor que poderá pedir emprestado ao seu banco. A resposta é muito individual, não havendo um valor universal aplicado a toda a gente. Vai depender muito do seu perfil de risco, do banco em questão, da finalidade da habitação, do valor de aquisição ou avaliação do imóvel (o mais baixo dos dois valores), entre outros fatores que têm peso relevante nesta decisão.
Desde julho de 2018 que os bancos são obrigados a conceder crédito até 90% do rácio LTV (loan-to-value) no caso de habitação própria e permanente. Este rácio consiste na relação, expressa em %, entre o valor que o banco lhe irá emprestar e o valor da sua casa. 90% é o teto máximo, o que significa que o banco lhe pode emprestar menos, dependendo de alguns fatores como referido acima. Posto isto, deve ter nas suas poupanças um mínimo de 10% do valor da casa para dar de entrada.
Dando um exemplo prático, imagine que pretende comprar um imóvel cujo preço de aquisição é de 170.000 €, mas que se encontra avaliado em 180.000 €. Neste caso, o limite máximo que o banco lhe pode financiar é de 153.000 € (90% de 170.000 € – valor mais baixo).
Já se o seu objetivo é adquirir um imóvel com outra finalidade que não a de habitação própria permanente (casa para férias ou para arrendamento por exemplo), o valor de financiamento máximo é inferior, indo até aos 80%. Segue-se um novo exemplo prático com as mesmas condições do anterior. O valor a financiar já não seria de 153.000 €, mas sim de 136.000 € (80% de 170.000 € – valor mais baixo).
É importante relembrar que estes são os valores máximos e que depende muito de banco para banco. É aconselhável o máximo de informação de forma a tomar uma decisão acertada e que lhe seja favorável.
Mas então o financiamento a 100% não é possível? É possível sim! Mas apenas em circunstâncias muito específicas como a aquisição de imóveis que o banco tem na sua carteira e em contratos de locação financeira imobiliária. Não é fácil conseguir adquirir um imóvel nestas condições visto que tendem a desaparecer muito rapidamente.
Antes de terminar este artigo, deixamos abaixo 3 conselhos importantes:
- Comece a poupar o mais cedo possível. Dessa forma conseguirá dar um bom valor de entrada e obterá um financiamento com melhores condições;
- Tente manter a sua taxa de esforço baixa – idealmente inferior a 33%. Para isso tente amortizar uma boa parte do valor das suas dívidas antes de pedir o crédito habitação;
- Peça ajuda a um intermediário de crédito, vai facilitar-lhe imenso o processo e não tem qualquer tipo de custo associado para si (quem paga aos intermediários de crédito são as instituições bancárias).